sábado, 30 de agosto de 2014

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE X REVERSIBILIDADE





    A continuidade de treinamento evita que o treinador subtraia etapas importantes na formação atlética de um esportista. Em geral um atleta que tem um alto desempenho, com certeza teve uma continuidade ao longo de sua preparação, treinamento e também do aprendizado do esporte praticado. A continuidade é importante inclusive no treinamento amador e no lazer, e não somente no aspecto fisiológico, mas também, como por exemplo, no aspecto psicológico e entre outros aspectos cujos fatores podem interferir na prática esportiva.
Este princípio está intimamente ligado ao da adaptação, pois a continuidade ao longo do tempo é primordial para o organismo, progressivamente, se adaptar.o princípio da continuidade é aquela diretriz que não permite interrupções durante o período de treino.” (Tubino, 1984, p. 110).








Pontos importantes:
Interrupção do treinamento
A interrupção controlada do treinamento, para fins de recuperação, é benéfica e imprescindível para o sucesso do programa, podendo variar de alguns minutos até 48 horas, após as quais já haverá uma diminuta perda no estado físico, se não houver um novo estímulo. No caso de um treinamento de alto nível, isto pode comprometer significativamente o sucesso do atleta.
O grande segredo no princípio da continuidade é a aplicação de nova carga de trabalho durante o período de recuperação.




Duração do período de treinamento
Para se obter os primeiros resultados no desenvolvimento das qualidades físicas visadas, é necessário um mínimo de persistência nos exercícios, com o intuito de propiciar uma duração que permita ocorrer a alterações bioquímicas e morfológicas necessárias.
Passado este estágio inicial, a constatação da melhora irá fornecer uma resposta que incentivará a persistência do atleta. Esse período crítico inicial pode ser bem observado em sedentários que iniciam o trabalho físico. Normalmente, aqueles que conseguem vencer a barreira do terceiro mês incorporam o exercício coo hábito de vida.

REVERSIBILIDADE
É a reversão dos efeitos obtidos ao longo do tempo de atividade física com a interrupção do processo de treinamento. Essa perda apresenta um ritmo mais rápido para os treinamentos baseados em resistência e resistência de força, e mais lento para os treinamentos baseados em força explosiva e força máxima.
Como vimos no princípio da continuidade, níveis elevados de capacidade de desempenho necessitam de uma solicitação contínua dos seus fatores determinantes sob pena de ocorrer perda de uma ou mais capacidades com consequente diminuição da forma desportiva, ou seja, da capacidade de realizar boas marcas em competição.

O princípio da reversibilidade do treino declara que, do mesmo modo que a atividade física regular resulta em adaptações fisiológicas determinadas que permitem melhores desempenhos desportivos, assim interromper ou reduzir de um modo importante o nível de treino leva a uma reversão parcial ou completa destas adaptações, comprometendo a capacidade de desempenho anteriormente mostrada.


Durante um período de interrupção da atividade em atletas bem treinados observam-se alguns efeitos no desempenho, designados por “destreino”, e que constituem processos de reversão das adaptações orgânicas provocadas pelo exercício sistemático. Os efeitos mais óbvios além da atrofia muscular, são a rápida redução do VO2max, do desempenho aeróbio e do limiar anaeróbio.
Uma condição física só será alcançada após uma continuidade no treinamento. Isso significa que devemos evitar treinar para um evento como uma corrida, por exemplo, e depois deixar o treinamento de lado. Devemos entender que quando paramos de treinar nossas capacidades pioram e ai quando chegar perto do próximo evento será um grande trabalho estar em boa forma novamente. É muito mais inteligente manter o treinamento continuamente, pois quando se aproximar o próximo evento seu aluno já estará o mais próximo de sua melhor forma, sem a necessidade de recorrer a treinos mais desgastantes.






Bibliografia:

DANTAS, Estélio H. M. A Prática da Preparação Física. 5ª edição. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
TUBINO, Manoel José Gomes. Metodologia científica do treinamento desportivo. 4ª edição. São Paulo: Ibrasa, 1984.
WEINECK, Jürgen. Manual de Treinamento Esportivo. 2ª edição. São Paulo: Editora Manole, 1989.

Nenhum comentário:

Postar um comentário