Os estudantes da rede pública de São Paulo
vão passar pelo teste da balança. A preocupação é com o aumento do
número de crianças acima do peso e com problemas como pressão alta.
Esse número já chega a 6% das
crianças. Mas nunca foi feito um estudo na rede pública para saber como
estão a saúde e a alimentação dos alunos. Com as informações em mãos, a
Secretaria de Educação vai encaminhar os alunos para tratamento e mudar o
cardápio da merenda.
É hora do recreio e, no prato da criançada, comida saudável. “Macarrão, tomate e salada”, diz Luís Gustavo.
Ele diz que não gosta de salgadinhos
e biscoito recheado, mas Júlia entrega: “Come um montão. A gente pega
ele comendo salgadinho. A gente pega, sim, você comendo salgadinho”.
Nem sempre é fácil convencer os
alunos a comer alimentos nutritivos, diminuir a quantidade de sal,
açúcar e gorduras. De acordo com o IBGE, uma em cada três crianças na
faixa dos cinco aos nove anos está acima do peso.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia tem outro dado: a pressão alta já começou a aparecer nos pequenos.
“Hipertensão em crianças é muito
ligada à obesidade, sedentarismo e hábitos irregulares, hábitos não
saudáveis e isso tem preocupado a gente, porque chega a atingir 6% o que
é muito para esta faixa etária”, declara o doutor Luiz Aparecido
Bortolotto, coordenador de campanhas temáticas da Sociedade Brasileira
de Cardiologia.
Por isso, os alunos da rede estadual
de São Paulo vão passar por um teste diferente: o da balança. O projeto
é piloto e, nessa etapa, vai atingir 128 escolas, a maioria da capital
paulista e da região metropolitana.
Treze mil crianças com idade entre
seis e 18 anos vão ser medidas e pesadas. No início de 2014, todo o
processo será feito com os mesmos alunos. Os dados serão analisados pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Com os resultados, a Secretaria de
Educação vai fazer um diagnóstico, descobrir o perfil nutricional dos
estudantes, quantos alunos estão com sobrepeso, quanto estão obesos e se
há crianças magras demais.
“A intenção é encaminhar os casos
mais críticos para as unidades básicas de saúde, fazer uma adaptação no
cardápio, iremos introduzir mais produtos integrais e estimular mais a
prática de atividade física”, explica Andreia dos Santos, nutricionista
da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Assuntos como colesterol, diabetes,
hipertensão serão tratados em sala de aula. Quem sabe, daqui a alguns
meses, uma resposta assim seja mais comum entre as crianças: “Adoro
verdura. Amo fruta”, conta Vitória Gomes da Silva, de 7 anos.
Fonte: http://g1.globo.com/