segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Músculos da coxa e quadril.








Músculos da região glútea:

O grande glúteo, que forma a massa da nádega é o mais superficial. Profundamente a ele, existem outros músculos menores, sendo o piriforme, o obturador interno, os gêmeos e o quadrado femoral. O grande glúteo estende-se lateralmente e recobre os músculos médio glúteo e pequeno glúteo. O grande glúteo é um extensor e rotador lateral da coxa na articulação do quadril. Serve para levar o corpo de uma posição sentada para a posição ereta, além de ser o mais poderoso extensor do quadril. Age também endireitando o tronco quando este está dobrado sobre a coxa. Inervado pelo nervo glúteo inferior.
O médio glúteo forma a massa lateral da nádega. Origina-se na face lateral do osso ilíaco e se insere no trocanter maior do fêmur. O glúteo médio é um abdutor da coxa (abre a coxa) e na marcha estabiliza a pelve para que não andemos mancando. Quando, ao caminharmos, o membro inferior sai do solo, a pelve tende a cair para esse lado. O músculo glúteo médio do outro lado se contrai e evita que a pelve incline e com isso, manquemos. É o principal e o mais importante músculo em torno do quadril. Inervado pelo nervo glúteo superior.
 O glúteo mínimo está localizado abaixo do glúteo médio e sua função é promover a rotação medial do quadril e também auxiliar na abertura da coxa. Também é inervado pelo nervo glúteo superior. 


Músculos flexores:
Psoas maior - tem origem nos processos transversos, corpos e discos intervertebrais das vértebras lombares; e se insere no trocânter menor.
Reto femoral - se origina na espinha ilíaca ântero-inferior e na borda do acetábulo. Se insere na tuberosidade da tíbia. 
Sartório (flexor-abdutor-rotador externo) - se origina na espinha ilíaca ântero-superior e se insere na tuberosidade da tíbia.
Pectíneo (flexor-adutor) - origem na linha pectínea do púbis e se insere na liha pectínea do fêmur. 
Ilíaco - origem na fossa ilíaca e inserção no trocânter menor.
Tensor da fáscia lata- origem na espinha ilíaca ântero-superior e lábio externo da crista ilíaca, e inserção no trato ílio-tibial.





Músculos extensores:
- Glúteo máximo (extensor rotador externo) - tem origem no ílio, linha glútea posterior, face posterior do sacro e ligamento sacrotuberoso. E se insere na tuberosidade glútea do fêmur e trato ílio tibial. 
- Semitendíneo - origina-se na tuberosidade isquiática e se insere na face medial do corpo da tíbia. 
- Semimembranáceo - origina-se na tuberosidade isquiática e se insere no côndilo medial da tíbia.
- Adutor magno - Adutora: origem no ramo inferior do púbis e inserção na linha áspera. 
                            Extensora: origem na tuberosidade isquiática e inserção na linha supracondilar medial e        
                            tubérculo adutor.
- Bíceps femoral - Porção longa: origem na tuberosidade isquiática. 
                             Porção curta: origem na linha áspera do fêmur. 
                             Inserção na cabeça da fíbula.








Músculo abdutores:
- Glúteo médio- origem no ílio entre as linhas glúteas posterior e anterior. Inserção no trocânter maior. 
- Glúteo mínimo- origem no ílio entre as linhas glúteas anterior e inferior. Inserção no trocânter maior.  

Músculos adutores:
- Pectíno 
- Adutor magno 
- Adutor longo - origem no corpo do púbis e inserção no lábio medial da linha áspera do fêmur.
- Adutor curto - origem no corpo e ramo inferior do púbis. Inserção na linha áspera do fêmur. 
- Grácil - origem no corpo e ramo inferior do púbis. Se insere na face medial da porção proximal do corpo da tíbia.

Rotação interna:
 - Glúteo médio
- Glúteo mínimo
- Tensor da fáscia lata

Rotação externa:
- Piriforme - origem na face pélvica do sacro. Inserção no trocânter maior do fêmur.
- Quadrado femoral - se origina na borda lateral da tuberosidade isquiática e se insere na crista intertrocantérica.
- Obturatório externo - origem no contorno externo do forame obturado e membrana obturadora. Inserção na fossa trocantérica.
- Obturatório interno - origem no contorno interno do forame obturado e membrana obturadora. Inserção no trocânter maior.
- Gêmeo inferior - origem na tuberosidade isquiática e inserção no tendão do obturatório interno. 
 Gêmeo superior - origem na espinha isquiática e inserção no tendão do obturatório interno.


Referências:

SACRAMENTO, Arthur; CASTRO, Luciano. Anatomia Básica Aplicada à Educação Física. 2ed. Canoas: Editora da Ulbra, 2001. 

SOBOTTA, J. Sobotta Atlas de Anatomia Humana 2 Vols. Ed. Guanabara Koogan, 22ª edição, Rio de Janeiro. 2006.


THIBODEAU, Gary A.; PATTON, Kevin T. Estrutura e Funções do Corpo Humano. 11ed. São Paulo: Manole, 2002.

TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Músculos do dorso

Vista posterior dos músculos do dorso; camada superficial dos músculos tronco-apendiculares e tronco-singulares.

Os músculos superficiais do dorso (trapézio e grande dorsal) conectam os membros superiores ao tronco e estão relacionados com os movimentos desses membros. 



Principais:


 
O Músculo Trapézio:
Origem: Terço medial da linha nucal. Túber occipital e processos espinhosos de C7 a T12
Inserção: Terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da escápula
Função: Eleva, retrai e roda a escápula. As fibras superiores elevam, as médias retraem e as inferiores deprimem a escápula. Roda a escápula 
 
 Músculo Grande Dorsal:
Origem: Processo espinhosos de T6 a T12, crista ilíaca e 3 a 4 costelas inferiores
Inserção: Assoalho do sulco intertubercular do úmero
Função: Estende, aduz e roda medialmente o úmero; levanta o corpo durante a escalada 
 
Músculo Levantador da Escápula:
Origem: Tubérculos post. dos processos transversos das vértebras C1 a C4
Inserção: Parte superior da borda medial da escápula
Função: Eleva a escápula e inclina sua cavidade glenóide para baixo através da rotação da escápula 

Músculos Rombóides Maior e Menor:
Origem: Menor: ligamento da nuca e processos espinhosos de C7 e T1 - é superior ao maior
Maior: processos espinhosos de T2 a T5
Inserção: Borda medial da escápula a partir do nível da espinha até o ângulo inferior
Função: Retrai a escápula e roda para abaixar a cavidade glenóide; fixa a escápula à parede torácica.

 
Vista mais profunda dos músculos tronco-apendiculares após ampla remoção dos músculos supeficiais do lado esquerdo. Vista posterior.


Camada Intermédia de Músculos Intrínsecos ou Profundos do Dorso - M. Eretor da Espinha 
 
    Músculo Iliocostal (Porção lateral do m. eretor da espinha):
Divisões: parte lombar; parte torácica; parte cervical
Origem: Origem comum - parte posterior da crista ilíaca.
Inserção: Ângulos das costelas
Função: Unilateral: Flete lateralmente a cabeça ou a coluna. Bilateral: estendem a cabeça e parte ou toda a coluna. 
 
    Músculo Longuíssimo (Porção intermédia do m. eretor da espinha):
Divisões: torácico; do pescoço; da cabeça
Origem: Origem comum
Inserção: Processos transversos das vértebras torácicas e cervicais além do processo mastóide
Função: Unilateral: Flete lateralmente a cabeça ou a coluna. Bilateral: estendem a cabeça e parte ou toda a coluna. 
 
    Músculo Espinhal (Porção medial do m. eretor da espinha):
Divisões: do tórax; do pescoço; da cabeça
Origem: Origem comum
Inserção: Processos espinhosos da região lombar superior e torácica inferior
Função: Unilateral: Flete lateralmente a cabeça ou a coluna. Bilateral: estendem a cabeça e parte ou toda a coluna.











 
 Camada Profunda de Músculos Intrínsecos ou profundos do Dorso 

 
Músculo Semi-Espinhal
Divisões: do tórax; do pescoço; da cabeça
Origem: Processos trans-versos de T1 a T6
Inserção: Metade medial da área entre as linhas nucais superior e inferior do osso occipital
Função: Bilateralmente: estendem as regiões cervical e torácica da coluna. Unilateralmente rodam essas regiões para o lado oposto 
  
Músculo Multífido
Origem: Arcos vertebrais
Inserção: Processos transversos
Função: Bilateralmente: estendem o tronco e estabilizam a coluna Unilateralmente: flete o tronco lateralmente rodando-o para o lado oposto.




Imagens:
Sobotta, J. Sobotta Atlas de Anatomia Humana 2 Vols. Ed. Guanabara Koogan, 22ª edição, Rio de Janeiro. 2006.










sábado, 30 de agosto de 2014

Capoeira, Maculelê e Samba de Roda: arte-luta-dança como elementos culturais da Bahia.





 A capoeira






A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas.
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos.
A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.




Mestre Pastinha (1889-1981)
 
Mestre Bimba (1900-1974)















 
Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro. 


A capoeira possui três principais estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira Angola difundida pelo Mestre Pastinha. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita mandinga (malícia). O estilo Regional caracteriza-se pela mistura da mandinga da capoeira Angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o Contemporâneo, este sim utiliza as acrobacias, e une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.





O Maculelê




Paulino Almeida de Andrade (1876-1969), o Mestre Popó.
O Maculelê é uma manifestação cultural oriunda cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia, berço também da Capoeira. É uma expressão teatral que conta através da dança e de cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender sua tribo de outra tribo rival usando apenas dois pedaços de pau, tornando-se o herói da tribo.

Sua origem é desconhecida. Uns dizem que é africana, outros afirmam que ela tenha vindo dos índios brasileiros e há até quem diga que é uma mistura dos dois. O próprio Mestre Popó do Maculelê, considerado o pai do Maculelê, deixa claro a sua opinião de que o Maculelê é uma invenção dos escravos no Brasil, assim como a capoeira.


Mesmo havendo muitas versões de lendas sobre a origem do Maculelê, todas sustentam essa versão de um guerreiro sozinho, enfrentando a invasão inimiga com apenas dois bastões.

 



 Samba de Roda




Acompanhado por atabaques, ganzá, reco-reco, viola e violão, o solista entoa cantigas, seguido em coro pelo grupo a dançar. Ligado ao culto de orixás e caboclos, à capoeira e às comidas à base de dendê, o samba de roda teve início por volta de 1860, como forma de preservação da cultura dos negros africanos escravizados no Brasil. A influência portuguesa, além da língua falada e cantada, fica por conta da introdução da viola e do pandeiro.
 

Casa do Samba de Roda da Bahia - Santo Amaro da Purificação


Tradição milenar no Recôncavo Baiano, a manifestação concorre, inclusive, ao título de Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Presente no trabalho de renomados compositores baianos – Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso -, esse misto de música, dança, poesia e festa revelam-se de duas formas características: o samba chula e o samba corrido. A chula, uma forma de poesia, é declamada pelo solista, enquanto o grupo escuta, só se rendendo aos encantos da dança após o término do pronunciamento, quando um participante por vez adentra o meio da roda ao som da batucada regida por palmas. Já no corrido, o samba toma conta da roda ao mesmo tempo em que dois solistas e o coral se alternam no canto.





Atualmente, não só a Capoeira, mas o Maculelê e outras danças folclóricas regionais são apresentados enfocando seus mais variados aspectos; a saber: ritmo, identidade étnica e racial, arte, luta, defesa pessoal, desporto, lazer, educação, folclore, preparação física, filosofia de vida, entre outros.


Nota-se, que nas últimas décadas é crescente aceitação ocorrida no que tange ao diálogo da cultura popular com a educação formal e informal. Assim sendo, alguns elementos vistos como manifestação cultural, são muito usados e difundidos em nossas escolas e em diversos projetos sociais e educativos por todo país, o que tem favorecido sua valorização como forma desportiva, cultural e educativa. 



Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, Plínio de. Pequena História do Maculêle.

CAMPOS, Hélio José B. Carneiro. Capoeira na escola. Salvador: Presscolor, 1990.

IPHAN. Samba de Roda do Recôncavo Baiano. Dossiê IPHAN 4: Ministério da Cultura, 2007.

MUTTI, Maria. Maculelê. Bahia: Secretaria Municipal de Educação e Cultura Salvador, 1978.

REIS, L. V. S. (2000) O mundo de pernas para o ar: a capoeira no Brasil. São Paulo: Publisher Brasil.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.