quarta-feira, 28 de março de 2012

Cientistas descobrem que a inflamação ajuda no processo de cura dos músculos

 

Células inflamatórias ajudam na regeneração de músculos, ao contrário do que se acreditava

Lesão músculo (Stockbyte)
A presença de células inflamatórias aumentou significativamente o nível de IGF-1, levando à recuperação rápida do músculo
Cientistas dos EUA descobriram que a inflamação, ao contrário do que se pensava, ajuda no processo de cura dos músculos. O estudo, publicado no periódico americano The FASEB Journal, poderá mudar a forma como lesões musculares são tratadas. Pela primeira vez, cientistas mostraram que a inflamação provoca o aumento de um fator de crescimento, chamado insulin-like growth factor-1 (IGF-1), aumentando a taxa de regeneração do músculo. O estudo foi realizado no Cleveland Clinic, um centro médico acadêmico filantrópico em Ohio (EUA).

Para chegar nessa conclusão, dois grupos de camundongos foram estudados. O primeiro foi geneticamente alterado de modo que ele não manifestasse resposta inflamatória a lesões agudas. O segundo grupo de camundongos era normal. Cada grupo teve lesões musculares induzidas pelos pesquisadores. A lesão no primeiro grupo de animais não se curou, enquanto no segundo grupo o corpo dos animais conseguiu regenerar o músculo. A presença de células inflamatórias, concluíram os cientistas, aumentou significativamente o nível de IGF-1, levando à recuperação rápida do músculo.

"Para que as feridas se curem, é preciso uma inflamação controlada, nem muito, nem pouco", disse Gerald Weissmann, editor-chefe do The Faseb Journal. "Há muito tempo se sabe que medicação anti-inflamatória em excesso, como a cortisona, retarda o processo de cura. Esse estudo revela que o IGF-1 e outros materiais lançados pelas células inflamatórias ajudam a tratar a lesão", finalizou.


Fonte

Popeye tinha razão: espinafre reforça os músculos

Segredo está nos nitratos, que chegam com mais eficiência às mitocôndrias

Força enlatada: o marinheiro Popeye abria sua lata de espinafre sempre que precisava de energia extra Força enlatada: o marinheiro Popeye abria sua lata de espinafre sempre que precisava de energia extra (Getty Images)
"É como se puséssemos combustível nos músculos. O espinafre faz com que funcionem com muito mais suavidade e eficácia"
Eddie Weitzberg, pesquisador
Um estudo científico confirma que Popeye - personagem de quadrinhos americano que virou desenho animado - tinha razão ao afirmar que sua força vinha do espinafre. O famoso marinheiro engolia o conteúdo de uma lata de espinafre cada vez que tinha que utilizar seus músculos para sair de uma encrenca, e os pesquisadores constataram que isso tem fundamento: comer um prato de espinafre todos os dias realmente aumenta a eficiência muscular.

O consumo de 300 gramas da hortaliça reduz em 5% a quantidade de oxigênio necessária para o funcionamento dos músculos quando se pratica um exercício físico. O segredo está na grande quantidade de nitratos, que chegam com mais eficiência às mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia nas células. "É como se puséssemos combustível nos músculos. O espinafre faz com que funcionem com muito mais suavidade e eficácia", afirma o autor do estudo, Eddie Weitzberg, do Instituto Karolinska, de Estocolmo. 
O cientista deu a um grupo de voluntários durante três dias suplementos puros de nitrato em uma quantidade equivalente à encontrada em um prato de espinafre. No começo e no final da experiência, eles pedalaram em uma bicicleta ergométrica enquanto era medido seu consumo de oxigênio, que baixou entre 3% e 5% no final da atividade. "É um efeito profundo e significativo. Demonstra que Popeye tinha razão", enfatiza o especialista responsável pela pesquisa publicada na revista Cell Metabolism.
(Com agência EFE)

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Permanecer sentado por muito tempo encurta a vida

Pessoas acima dos 45 anos que passam muitas horas sentadas todos os dias podem ter até o dobro de chance de morrer em um período de três anos do que aquelas que se sentam durante menos tempo

Sedentarismo: pessoas que ficam muitas horas sentadas podem ter mais riscos de morrerem em alguns anos Sedentarismo: pessoas que ficam muitas horas sentadas podem ter mais riscos de morrerem dentro de alguns anos (Comstock Images)
O tempo em que um indivíduo permanece sentado diariamente pode interferir em seu tempo de vida. Segundo uma nova pesquisa feita na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Sydney, na Austrália, pessoas acima dos 45 anos que passam muitas horas sentadas todos os dias podem ter até o dobro de chance de morrer em um período de três anos do que aquelas que se sentam durante menos tempo.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: New Exercise Prescription: Don't Just Sit There: Stand Up and Move More, More Often

Onde foi divulgada: periódico Archives of Internal Medicine

Quem fez: Hidde van der Ploeg, David W. Dunstan, e Neville Owen

Instituição: Universidade de Sydney, Austrália

Dados de amostragem: Mais de 250.000 adultos maiores de 45 anos

Resultado: Pessoas sedentárias que passam mais tempo sentadas têm o dobro de chance de morrerem dentro de três anos do que indivíduos ativos que permanecem menos tempo sentadas e 30% mais riscos do que sedentários que se sentam por menos tempo
O trabalho foi publicado nesta segunda-feira no periódico Archives of Internal Medicine e é o primeiro dado divulgado do 45 and Up Study, do Instituto Sax, o maior levantamento contínuo sobre saúde e envelhecimento já feito no hemisfério sul e que ainda será publicado integralmente. Esse trabalho analisou mais de 250.000 pessoas acima de 45 anos e inclui várias outras pesquisas.
Hábito perigoso — Os resultados dessa pesquisa, que se baseou nos questionários respondidos pelos participantes, mostraram que pessoas que permanecem sentadas durante 11 horas ou mais ao dia têm até 40% de chances de morrerem nos próximos três anos em comparação com aquelas que se sentam por menos de quatro horas diariamente. Esses riscos foram estabelecidos independentemente do peso e da quantidade de atividade física que um indivíduo faz quando não está sentado.
O estudo também mostrou que praticar exercícios físicos é benéfico nesse sentido. Pessoas sedentárias que passam mais tempo sentadas por dia podem chegar a ter o dobro do risco de morrerem dentro de três anos do que aquelas que permanecem sentadas por menos tempo e que são fisicamente ativas. Além disso, entre os indivíduos sedentários, esse risco foi cerca de 30% maior para os que ficavam sentados durante mais horas em comparação com os que permaneciam menos tempo sentados.
Para os autores do estudo, essas evidências, somadas à dimensão da pesquisa, já são suficientes para que os médicos prescrevam a seus pacientes a redução do tempo de sedentarismo. “Ser ativo fisicamente quando não está sentado é algo importante para um indivíduo e já beneficia sua saúde. Porém, também é importante diminuir o tempo sentado”, diz um dos autores da pesquisa Hidde van der Ploeg.
Lazer — De acordo com o levantamento, um adulto médio chega a passar 90% de seu tempo de lazer sentado, e essa situação é um fator de risco para diversos problemas, como doenças cardiovasculares. O estudo sugere que as pessoas procurem realizar atividades físicas nas horas vagas e evitem utilizar esses momentos para aumentar o tempo em que permanecem sentadas. “Fazer caminhadas no lugar de assistir televisão ou jogar videogames, por exemplo, pode melhorar a saúde de um indivíduo que gasta mais tempo sentando no trabalho e no trânsito”, diz Ploeg.

 Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/permanecer-sentado-durante-muito-tempo-pode-chegar-a-dobrar-o-risco-de-mortalidade

http://archinte.ama-assn.org/cgi/content/extract/172/6/500

domingo, 25 de março de 2012

Mesomorfo, Ectomorfo ou Endomorfo? Qual o seu tipo físico?

Você provavelmente já notou que seu corpo não é o mesmo que o de seus amigos ou colegas de trabalho. Algumas pessoas tendem a ser mais magras e ter mais curvas, enquanto outras são mais pesadas, com ossos mais largos. Isso ocorre, porque todos nascemos com um corpo diferente, isso é resultado de nossa genética. As chances de seu corpo ser parecido com o de seus pais e irmãos são enormes.
Alguns especialistas em fitness chegaram à conclusão de que existe um tipo certo de treino e dieta para cada tipo de corpo, portanto, é fundamental que você descubra qual é o seu para maximizar os resultados de seus treinos.
Existem 3 tipos de corpos, os endomorfos, mesomorfos e ectomorfos. Vamos falar um pouco mais sobre eles.

ENDOMORFO

Esse é um tipo encorpado, com mais gordura corporal.
As pessoas com esse tipo de corpo normalmente possuem ossos largos, quadris e coxas grandes e rostos redondos. Os braços e pernas costumam ser curtos, salientando ainda mais o aspecto encorpado das pessoas endomorfas. Na maioria dos casos, as pessoas têm uma cintura alta, e mãos e pés pequenos.
Além disso, os endomorfos possuem um nível maior de gordura corporal, porém tem mais facilidade para construir tecidos musculares do que os demais.
Infelizmente, perder peso é uma grande dificuldade para as pessoas endomorfas.

MESOMORFO

Um corpo atlético com metabolismo acelerado.
Os endomorfos são frequentemente descritos como pessoas com corpos atléticos. Um indivíduo com esse tipo físico, geralmente tem um corpo magro com muita facilidade em ganhar massa muscular.
A maioria dos endomorfos tem a cintura baixa, estreita e ombros largos. Possuem uma mandíbula quadrada e maçãs do rosto proeminentes. Essas pessoas tendem a ter um metabolismo rápido, facilitando a tarefa de perder peso.
Os endomorfos tendem a ter pernas e braços bem desenvolvidos, com músculos fortes e definidos.

ECTOMORFO

Aparência fina, com baixo nível de gordura.
Os indivíduos com um tipo de corpo ectomorfo geralmente possuem corpos finos, com ombros , cintura e quadris estreitos. Os ombros, além de estreitos, costumam ser caídos.
O rosto tende a ser triangular, as características faciais são nítidas. É fácil para alguém com esse tipo de corpo perder peso e se manter com baixo nível de gordura corporal. Porém, os ectomorfos tem mais dificuldade em ganhar massa muscular do que os outros.



Fonte

terça-feira, 20 de março de 2012

Carnitina



A carnitina é um nutriente sintetizado de um aminoácido essencial, a lisina, estando presente em todas as mitocôndrias do corpo.

Fórmula Estrural
 
Este composto tem recebido atenção por ser um dos responsáveis pela oxidação lipídica, de modo que tem sido vendido como um suplemento alimentar. Para que os ácidos gordos de cadeia longa atravessem a membrana mitocondrial para serem oxidados, há o auxílio da carnitina-palmitoil transferase, cuja concentração pode ser manipulada pela suplementação de carnitina.

 

A carnitina age através da queima de gordura na mitocôndria, gerando energia para o funcionamento dos músculos. Sem carnitina suficiente a gordura não entra na mitocôndria e pode retornar ao sangue como forma de triglicerídeos.
Em indivíduos deficientes de carnitina, sua suplementação é de grande importância. A interrupção das funções normais da carnitina leva a hepatite, ao aumento da gordura muscular e afeta os sintomas neurológicos.
Carnitina é armazenada nos músculos esqueléticos onde ela é necessária para transformar os ácidos graxos em energia para atividades musculares.

L-Carnitina é uma substância que desempenha um papel importante no metabolismo da gordura, transportando os ácidos gordos de cadeia longa, para a mitocôndria (fonte energética das células), contribuindo assim para a combustão da gordura. O metabolismo das gorduras nas células musculares, pode ser melhorado com a ajuda adequada de Carnitina, desta forma a energia retida pelo músculo é também aumentada.
Carnitina é produzida pelo organismo em pequenas quantidades. Esta pode ser armazenada pelo organismo através da maior parte do tecido muscular. Através de uma dieta balanceada são absorvidas entre 50 e 100mg de carnitina diárias. A fonte mais rica em carnitina é a carne (especialmente a carne de carneiro). Em dietas vegetarianas, são encontradas pequenas quantidades de carnitina.
A L Carnitina é uma substância, presente nos tecidos musculares dos mamíferos. Foi descoberta em 1905 por cientistas russos, tendo sido denominada de Carnitina por derivar do Latim caro, carnis (carne). Gulewitsch e Krimberg observaram que esta substância era essencial para o funcionamento das células musculares e, desde então, foram efectuados inúmeros estudos até que em 1932 foi estabelecida a estrutura química da L carnitina.
Durante muito tempo foi erroneamente considerada um aminoácido, mas devido ao fato de transformar os alimentos em energia, os pesquisadores equiparam-na antes às vitaminas do grupo B. No entanto, contrariamente ao que sucede com as vitaminas, a L-carnitina pode ser sintetizada pelo organismo, mas sempre em pequenas quantidades.
Contudo, para que o nosso corpo a possa produzir, é essencial a presença de outros nutrientes: são eles a lisina, a metionina, a niacina, a vitamina B6, vitamina C e o ferro.



A L carnitina pode obter-se na dieta através da carne (principalmente vermelha) e seus derivados e também dos produtos lácteos. Uma alimentação equilibrada fornece diariamente cerca de 50mg de L-carnitina, mas a quantidade recomendada para que se possa usufruir dos benefícios deste nutriente é de cerca de 250 a 500mg.
No entanto, apesar do nosso organismo conseguir sintetizar este nutriente e de ingerirmos na nossa alimentação, são muitos os casos em que existe uma carência de L-carnitina. Assim, para além dos vegetarianos, existem estados de deficiência como por exemplo, o exercício físico extenuante, a obesidade, a gravidez, a infertilidade masculina, crianças em fase de crescimento.
Algumas doenças também contribuem para a diminuição dos níveis de L-carnitina: doenças do coração, gordura no sangue, cirrose, hipotiroidismo, entre outras. Desta forma, pode justificar-se a suplementação em alguns casos. Só a partir da década de 80 é que a L-carnitina começou a ser produzida em grandes quantidades e a preços acessíveis, devido a processos revolucionários em que a matéria prima utilizada não era a carne.
Beneficios da L Carnitina para a nossa Saúde. De um modo geral, a abundante energia que a carnitina ajuda a criar é benéfica a vários níveis. Como atua diretamente nos tecidos musculares, este nutriente é utilizado por desportistas porque ajuda a aumentar a resistência, a aliviar a fadiga física e mental, a promover o desenvolvimento da massa muscular, bem como ainda a recuperar de lesões. A carnitina não é tóxica, não causa dependência nem constitui doping, pelo que são já muitos os atletas profissionais que a ela recorrem.
A nível do coração a L-carnitina ajuda a aumentar o rendimento cardíaco, a contracção do miocárdio, a produção de ATP e a resistência do coração ao exercício físico. Ajuda também a diminuir o ritmo cardíaco em situações de stress e, provavelmente, a gravidade do enfarte cardíaco e os sintomas de insuficiência cardíaca e angina de peito. A L-carnitina atua ainda a nível dos triglicerídeos, aumentando os níveis de HDL (colesterol bom).
Este nutriente é também utilizado em dietas de emagrecimento em combinação com uma dieta pobre um hidratos de carbono, pois ajuda a promover a perda de peso ao transformar os depósitos de gordura acumulados em energia, protegendo ao mesmo tempo o organismo das substâncias nocivas que se libertam durante este processo.
No que diz respeito à saúde do cérebro a L-carnitina pode ajudar a retardar o envelhecimento dos células cerebrais. É útil também para promover a concentração, a memória e as capacidades de aprendizagem. (A nível cerebral, a acetil-L-carnitina – uma forma de L-carnitina – revela-se mais eficaz, pois tem a capacidade de penetrar nas células cerebrais mais facilmente).
A L-carnitina é ainda útil a nível hepático, promovendo um melhor funcionamento do fígado ao aumentar a síntese proteica. Ajuda também a reduzir os problemas de fígado gordo.
Este suplemento pode ainda ajudar a melhorar a vitalidade e quantidade do esperma, contribuindo, desta forma, em casos de infertilidade masculina.
 
Pelo exposto, a L-carnitina é um suplemento que pode ser tomado por bastantes pessoas, beneficiando as situações específicas referidas e sendo ainda útil em casos de falta de energia, de stress, na gravidez e amamentação ou ajudando pessoas saudáveis a manter-se em forma.
Para além da L-carnitina em cápsulas ou comprimidos (cerca de 250 a 500mg diários), pode ainda optar por bebidas, tónicos e xaropes que incluam este nutriente.

No entanto...

Para analisarmos a suplementação da carnitina devemos começar da ingestão em si. Em primeiro lugar deve-se ter em mente a enorme distância fisiológica entre a ingestão do suplemento e o aumento de sua concentração nos músculos. É um caminho tão longo e incerto que diversos autores afirmam que a suplementação de carnitina tem pouco efeito em sua concentração muscular (BASS, 2000; BRASS et al, 1994, VUKOVICH et al, 1994; BARNETT et al, 1994). Em condições normais a carnitina exógena é quase toda eliminada pela urina (OHTANI et al, 1984), e o pior de tudo é que esse pouco que porventura venha a cair na circulação, dificilmente entrará no músculo (BRASS, 2000). Além dessas questões fisiológicas, há outras ainda mais obscuras, como a qualidade dos suplementos, em um estudo de 1993, MILLINGTON et al verificaram que a média de quantidade de carnitina nos suplementos analisados era apenas 52% do escrito nos rótulos. Ou seja, se tomando a carnitina em si já e difícil que ele chegue no músculo, imagina tomando um composto impuro.
Mesmo que tomássemos a carnitina verdadeira e ela de fato chegasse ao músculo, ainda restaria um pergunta: por que tomar? Considerando que há pouca perda de carnitina (perto de 90% dela é reabsorvida pelos rins), concluiremos que deficiências na quantidade de carnitina são muito raras, sendo vistas apenas em algumas doenças hereditárias incomuns. Por esses e outros fatores não há como afirmarmos nada positivo em relação ao uso de uso de carnitina com fins estéticos.

Supôs-se também que a suplementação da carnitina ajudaria na performance das atividades de endurance por aumentar o consumo de gorduras e poupar o glicogênio muscular, porém não há nenhum estudo relacionando a falta de carnitina à fadiga. Além disso, deve-se ter em mente que o mecanismo de fadiga ainda não é totalmente compreendido, e a falta de glicogênio certamente não é o único fator envolvido.
Apesar de estudos de longa duração terem verificado alterações enzimáticas sugestivas, os únicos casos onde se comprovou a melhora na performance de atividades físicas foram em condições patológicas como doenças renais (AHMAD et al, 1991), vasculares (BREVETTI et al, 1988) e síndrome de fadiga crônica (PLIOPLYS et al, 1997).

Conclusão
- Apesar de haver inúmeros estudos sobre o uso de carnitina, não é possível dizer que sua suplementação traz benefícios para pessoas saudáveis, sejam estéticos ou de performance (HEINONEN, 1996; BRASS, 2000).
- O uso de carnitina embasa-se apenas em alguns estudos animais e in vitro (DUBELAAR et al, 1991; BRASS et al, 1993), não havendo possibilidades de extrapolação em humanos.
- As pesquisas feitas usaram doses de até 5 gramas e continuaram sem obter resultados, portanto eu não recomendaria o uso deste aminoácido a menos que você se encontre em uma condição patológica.



quinta-feira, 15 de março de 2012

10 Dicas Para Controlar A Hipertensão



Como tratar a hipertensão? Esta é uma pergunta muito comum, quais cuidados devemos adotar para conviver ou resolver este problema? A maioria das pessoas têm pressão alta e nem sabe. Só fica sabendo quando surge algum problema mais grave. A melhor opção para evitar esse mal é ir ao médico para saber como vai a pressão sanguínea e o que fazer. 


Aqui vai 10 dicas para reduzir a pressão alta. Estas dicas são principalmente para os cuidados diários que devemos ter. As dicas são para diminuir a pressão sanguínea, mas sua prática pode melhorar a vida e a saúde geral, pois todo o organismo irá melhorar com sua prática. Uma ilusão que as pessoas têm é a de que é possível reduzir a pressão somente com medicamentos.


1 - Exercite-se: a pressão sanguínea pode ser reduzida consideravelmente entre as pessoas que seguem a regra dos 30 minutos de exercícios diários, na maior parte dos dias. Escolha algo que te traz, além de saúde, prazer. Atividades aeróbicas como caminhadas, corridas, natação ou bike são algumas das opções. 



2 - Coma bananas: a maioria das pessoas não come a quantidade de potássio necessária e os médicos avisam: este é um mineral que contribui muito para o controle da pressão arterial. Adultos devem ingerir pelo menos 4.700 miligramas por dia. Além da banana, outras fontes de potássio são batata cozida com casca, suco de laranja e iogurte desnatado. 



3 - Corte o sal: alimentos processados são carregados de sal, o vilão número um da hipertensão. Verifique a quantidade de sódio nos rótulos dos produtos e, de preferência, opte por alimentos integrais. 



4 - Não fume: embora o tabagismo em si não esteja diretamente associado à hipertensão crônica, fatores a ele associados contribuem para este quadro. Beber e não praticar exercícios, por exemplo, são alguns deles. Portanto, eliminar o ato de fumar da sua vida contribuirá para a saúde de um modo geral. 




5 - Perca peso: o sobrepeso faz o seu coração trabalhar mais. Perder alguns quilinhos pode aliviar a carga cardiovascular e isso faz com que a pressão arterial volte aos seus níveis normais.


6 - Reduza o álcool: embora a ingestão diária moderada de álcool esteja associada à benefícios à saúde - uma dose para mulheres e duas para homens - o consumo exagerado pode aumentar a pressão. Por isso, é recomendável que seu drinque seja acompanhado de uma refeição, que pode atenuar estes efeitos. 

 
7 - Diminua o estresse: não existem pesquisas que apontem formas das pessoas reduzirem o estresse, mas já é comprovado que ele eleva os níveis de pressão arterial. Por isso, os hipertensos devem procurar atividades que os ajudem a aliviar as tensões diárias. 

 
8 - Yoga: um estudo recente feito em Nova Deli comprovou que a prática de yoga ajuda a reduzir a pressão arterial, provavelmente porque seus efeitos auxiliam o sistema nervoso, a digestão e a frequência cardíaca. Mas para os adeptos, um aviso: a yoga não deve ser substituída por exercícios aeróbicos, pois ambos trazem benefícios diferentes.
 
9 - Reduza o cafezinho: embora apresente vários benefícios pra saúde, os especialistas recomendam que a dose diária seja reduzida a duas xícaras, mesmo para quem não é hipertenso. Para verificar se o seu organismo é sensível à cafeína, cheque sua pressão antes e meia hora depois de ingerir. Se ela aumentar entre cinco e dez pontos, isso pode ser um sinal. 

 
10 - Medite: a meditação pode ser uma maneira eficiente de combater o estresse e, por consequência, a hipertensão. Isso porque a prática envolve respiração e visualização e, com isso, pode auxiliar algumas pessoas a se sentirem melhor depois dos exercícios. E você caro leitor, já mediu sua pressão? Tem pressão alta? 

FONTE: www.vivercomsaude.com

domingo, 11 de março de 2012

Exercício reduz vontade de jogar em jogadores compulsivos:

 Programa de atividade física também diminuiu sintomas de ansiedade e depressão em portadores do distúrbio


 

Pacientes fizeram alongamento e exercícios aeróbicos (caminhada ou corrida leve)
A prática de atividade física reduz a vontade de jogar (fissura) dos pacientes diagnosticados como jogadores patológicos. Na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), um programa de exercícios aplicado pela professora de educação física Daniela Lopes também conseguiu diminuir de forma significativa os sintomas de ansiedade e depressão, muito comuns entre os jogadores patológicos.
A pesquisa foi realizada com 33 pacientes com diagnóstico de jogo patológico atendidos pelo Ambulatório de Jogo Patológico (PRO-AMJO) do Instituto de Psiquiatria (Ipq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). “Todos tinham mais de 18 anos, com média de idade de 47 anos, e não apresentavam patologia clinica que contra-indicasse a pratica de atividade física”, afirma Daniela, que realizou os estudos. “A maioria fazia uso de medicação, principalmente anti-depressivos e estabilizadores de humor”. O tratamento dos pacientes no PRO-AMJO dura de 12 a 15 semanas e inclui atendimento médico (consultas mensais ou bimestrais) e  psicoterápico (sessões semanais). Em média, são recebidos seis novos pacientes por mês, e aproximadamente 30 se encontram em atendimento psicoterápico.

Exercício reduz vontade de jogar em jogadores compulsivos: Programa de atividade física também diminuiu sintomas de ansiedade e depressão em portadores do distúrbio

Durante dois meses, duas vezes por semana, os pacientes eram reunidos para fazer alongamento e exercícios aeróbicos — caminhada ou corrida leve — num total de 50 minutos de atividade física supervisionada por Daniela. Antes e depois de cada sessão, era feita a medição da fissura, que indicava a vontade de jogar que o paciente apresentava naquele momento. “Essa medição também foi feita antes do programa de atividade física começar, e após seu encerramento, por meio de uma tabela com uma escala onde o paciente indicava sua vontade de jogar, para verificar a evolução do nível crônico de fissura”, diz a professora.
Na medição antes das sessões de exercícios, a fissura diminuiu de 2,3 para 0,9. Na verificação após a atividade física também houve queda, de 0,8 para 0,1. “A motivação para os exercícios faz com que o nível de fissura seja baixo, ou seja, o desejo de jogar é menor”, afirma Daniela. “O resultado ainda é mais relevante se for levada em conta a fissura sete dias antes do exercício apontada pelos pacientes, que caiu de 16,2 para 5,9”. A pesquisa foi orientada pela professora Mônica Zilberman, da FMUSP.
Os pacientes também foram avaliados por meio da Escala de Comportamento do Jogo, que inclui os fatores jogo (sua prática propriamente dita), problema social e desgaste (estresse emocional). “Na soma desses fatores, um número menor que 29 significa um quadro de jogo patológico e uma soma maior que 33 representa remissão completa”, explica Daniela. “Com o programa de atividade física, conseguimos fazer os pacientes avançarem na escala de 28 para 38, eliminando o diagnóstico de jogo patológico.”
Os sintomas de depressão foram avaliados por meio de um questionário com 21 perguntas, cujo resultado varia entre zero e 63 pontos. “Os pacientes com escores acima de 21 pontos possuem depressão clinicamente diagnosticada”, aponta a professora. “Com os exercícios, o índice médio foi reduzido de 23 para 10 pontos, o que representa uma redução significativa nos sintomas de depressão.”
No caso da ansiedade, avaliada de acordo com critérios similares aos da depressão, a melhora também foi relevante. “A média caiu de 21 pontos, o que representa um quadro significativo de ansiedade, para 10, 9 pontos, ou seja, sem sintomas diagnosticáveis.”
Durante a pesquisa também foram realizadas medições biológicas, envolvendo os níveis de prolactina (relacionada a presença de dopamina no sistema nervoso central, que influencia a vontade de jogar) e cortisol (ligado ao estresse). “Para ambas as substâncias não se verificou alterações relevantes”, observa Daniela, “no entanto, a amostragem é pequena para ser conclusiva, já que apenas 18 pacientes aceitaram fazer estes exames.”




Mais informações: email danialoppes@usp.br, com Daniela Lopes
Júlio Bernardes
Agência USP

Principais Músculos do Corpo Humano



Trapézio: é o mais superficial dos músculos da região posterior do tórax, tem a forma de um trapezóide. Ele eleva , abaixa , retrai e faz a rotação da escápula. Recobre músculos adjacentes como o Levantador da escápula e Rombóides maior e menor (o levantador da escápula, eleva a escápula e os rombóides fazem a retração da mesma). 



 
Grande Dorsal: É um músculo de grandes dimensões, triangular, que recobre inferiormente a parede póstero-lateral do tórax. Ele produz a extensão, adução e rotação medial do ombro;





Glúteo Máximo: É um músculo volumoso, situado superficialmente na região glútea. Cobre os músculos Glúteo Médio e Mínimo (abdução e rotação medial dos quadris); Faz a extensão e rotação externa dos quadris e com os membros inferiores fixos, participa na extensão do tronco. Recobre também mais profundamente os músculos curtos da região: Piriforme, Obturatório Interno, Externo, Gêmeos Superior e Inferior e o Quadrado da Coxa. Esses músculos fazem a rotação lateral dos quadris. Alguns estudiosos discutem quanto a verdadeira função dos 4 acima. Alguns mencionam o piriforme e o obturatório interno como abdutores e o quadrado da coxa e obturatório externo como adutores.





Ísquiotibiais: São formados pelos músculos Semitendinoso, Semimembranoso (pósteromediais) e Bíceps da coxa (pósterolateral). O semitendinoso é mais a frente do semimembranoso. Com excessão da porção curta do Bíceps da Coxa , eles agem como extensores dos quadris e flexores dos joelhos.





Gastrocnêmio e Sóleo: O gastrocnêmio fica na região posterior da perna abaixo dos joelhos e recobre outro músculo chamado Sóleo (este conjunto é chamado de Tríceps Sural ou Panturilha). Agem como flexores plantares , ou seja, fletem o pé para baixo. O gastrocnêmio também age como flexor dos joelhos quando a perna não estiver suportando o peso.





Deltóide: O mais superficial dos músculos intrínsecos do ombro, ele modela o ombro. Geralmente volumoso, podendo-se reconhecer nele 3 partes: clavicular, acrominal e escapular. Faz a abdução com as 3 partes juntas e a flexão do ombro (clavicular), a abução (acromial) e a extensão (escapular). Músculos vizinhos ajudam a fazer movimentação de ombro como : Supraspinhal, Infraspinhal, Redondo Menor e Redondo Maior, os quais são músculos intrínsecos do ombro e agem como: supraspinhal (abdutor do ombro), Infraspinhal e redondo menor (rotator lateral do ombro) e o redondo maior (rotator medial do ombro).





Tríceps: É o único músculo volumoso na face posterior do braço. Possui três porções a longa, a média e a lateral. É um poderoso extensor de cotovelos.



Peitoral: Em forma de leque, é o mais superficial dos músculos da parede anterior do tórax. Ele é um poderoso adutor do ombro. Sua porção clavicular faz a flexão de ombro. Recobre os músculos Peitoral menor e Subclávio, os quais agem fazendo a depressão da escápula. Ainda o peitoral menor recobre outro músculo importante chamado Serrátil anterior, sua ação é tracionar para traz (protusão ) a escápula voltando a cavidade glenóide para cima.





Bíceps: O mais superficial dos músculos anteriores do braço, e como o nome indica, possui duas cabeças de origem , uma longa(lateral) e outra curta (medial). Tem como ação a flexão dos cotovelos. Mas auxilia na supinação (voltar a mão para cima). Recobre outro músculo chamado Braquial o qual faz a flexão dos cotovelos. 




Braquioradial: apesar do sua origem ser no úmero, cruzando o cotovelo, a maior parte de seu ventre situa-se no antebraço . Fica entre o tríceps e o braquial agindo como flexor dos cotovelos.

Reto Abdominal, Oblíquo Externo e Oblíquo Interno: Juntos , formam uma parede abdominal e uma assoalho pélvico resistindo a pressão exercida pelo diafrágma no sentido caudal, durante o esforço e tosse. São importantes na respiração, defecação, micção, no parto e vômito. O reto abdominal age como flexor de tronco auxiliado pelos O. Interno e externo mas é o mais importante para flexões de tronco contra a resistência em decúbito dorsal. Os oblíquos atuam como rotatores do tronco. A rotação do tronco para o lado de um oblíquo externo é auxiliada pelo oblíquo interno oposto. E todos eles mais outro músculo chamado Transverso do lado respectivo agem como flexores de tronco lateral.



Sartório: é um músculo que cruza obliquamente a coxa, látero-medialmente, descrevendo um curso espiral. O nome significa "costureiro" pois antigamente achavam que este músculo fazia o movimento de cruzar as pernas mas na verdade , tem como ação flexionar os quadris e joelhos.




Íliopsoas: Músculo de 2 porções: o ilíaco (lateral) e o psoas maior (medial) . É um importante flexor dos quadris. Quando os quadris estão fixados ele flete o tronco. Existe um músculo que atua junto a ele na flexão : o chamado Tensor da Fáscia Lata ( fazendo também a rotação medial dos quadris ).




Adutores: São compreendidos pelos músculos Pectíneo, Adutor longo, Adutor curto, Adutor magno e Grácil. O adutor longo e o pectíneo são superficiais enquanto o grácil é mais medial. O adutor curto é recoberto pelo adutor longo e o adutor magno pelo curto, longo e vasto medial. Todos esses músculos fazem a adução dos quadris ( trazem a perna para o centro) . Mas o adutor magno tem uma porção que faz a extensão dos quadris e por outro lado tanto o pectíneo como os adutores em geral auxiliam na flexão dos quadris e o grácil tem ação na flexão dos joelhos também.


Reto Femoral,Vasto Lateral,Vasto Medial e Vasto Intermédio: É o mais volumoso e potente músculo do corpo , constituindo a maior parte da massa muscular da região anterior e medial da coxa (chamado o conjunto de quadríceps) fazem em conjunto a extensão dos joelhos. O vasto intermédio é coberto pelo reto femoral. O Reto femoral é um músculo bi-articular e age sobre a articulação dos quadris e joelhos. Atua como flexor dos quadris e extensor dos joelhos. 



 Tibial Anterior: Ocupa uma posição lateral e paralela à tibia, mas seu tendão de inserção ao nível do tornozelo, desvia-se medialmente. Este músculo faz a dorsiflexão (traz as pontas dos dedos dos pés para cima) e a inversão dos pés.



Fonte: Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar-Dângelo e Fattini-1988

terça-feira, 6 de março de 2012

A Membrana Plasmática: Funções e Estrutura

 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL

A membrana celular é uma camada com apenas 7,5 a 10 nm de espessura, constituída por lipídios intercalados com proteínas que define os limites de cada célula. Funciona como uma barreira de permeabilidade que permite à célula manter um meio químico apropriado para os seus processos metabólicos, regular o volume citoplasmático e transferir informação sob a forma de sinais químicos e eléctricos. As membranas que revestem as várias organelas (núcleo, mitocôndria, retículo endoplasmático, lisossomas e aparelho de Golgi) permitem a compartimentalização funcional da célula, com possibilidade de limitar processos bioquímicos a certos locais.


Apesar das particularidades individuais, todas as membranas biológicas são formadas por uma dupla camada fosfolipídica e por proteínas unidas por ligações covalentes e que se comportam segundo o Modelo , Mosaico Fluído (figura 1). A maioria dos lipídios e das proteínas movem-se livremente no plano da membrana. Em alguns casos, há restrição deste movimento de forma a permitir à célula a realização de algumas funções em partes seletivas da sua membrana. É o caso da sequestração de receptores de acetilcolina ao nível da placa motora das células musculares esqueléticas. Os principais lipídios presentes na membrana celular são os fosfolipídios, o colesterol e os glicolipídios. A sua distribuição pelas duas camadas é assimétrica, o que pode refletir as diferentes funções das duas superfícies da membrana. Os fosfolipídios são moléculas antipáticas e dispõem-se em bicamada com a porção hidrófoba não polar (caudas de ácidos gordos) dirigida para o centro da membrana e com a porção hidrofílica polar (cabeça com terminal fosfato) direcionada para o exterior ou interior da célula. Os fosfolipídios mais abundantes são os fosfolipídios ligados à colina (fosfatidilcolina e esfingomielina) e os aminofosfolípidos (fosfatidilserina e fosfatidiletanolamina). O fosfatidilglicerol, o fosfatidilinositol e a cardiolipina são também importantes mas estão presentes em menores quantidades. Os fosfolipídios que a constituem podem-se mover rapidamente na sua monocamada por difusão lateral, rotação e flexão. Os movimentos de flip- flop entre as duas camadas são um fenómeno raro. O colesterol interpõe-se na bicamada fosfolipídica com o seu núcleo esteroide disposto paralelamente às cadeias de ácidos gordos. Atua no sentido de reduzir a fluidez membranar a temperaturas fisiológicas ou de a 4 aumentar face a descidas de temperatura, funcionando como um 'tampão de fluidez'. Contribui para o grau de permeabilidade da bicamada fosfolipídica dos :fluídos corporais. Enquanto que a bicamada lipídica determina a estrutura básica das membranas biológicas, as proteínas são responsáveis pela maioria das funções da membrana celular. As proteínas membranares dividem-se, com base na força de interação com os fosfolipídios, em intrínsecas e extrínsecas. As proteínas extrínsecas ou periféricas ligam-se às superfícies interna ou externa por forças eletrostáticas e podem ser removidas por procedimentos químicos fracos (ex.: alterações na composição iónica do meio). As proteínas intrínsecas ou integrais interatuam com os lipídios membranares por ligações hidrófobas e só detergentes potentes ou solventes orgânicos as removem. Os seus domínios hidrófobos têm uma estrutura secundária α-helicoidal e os domínios hidrofílicos estendem-se para o citoplasma ou para o fluído extracelular. Tal como os lipídios, muitas proteínas podem difundir-se rapidamente no plano da membrana. As proteínas membranares podem classificar-se, funcionalmente, em seis categorias. Os Receptores estão envolvidos na conversão de sinais químicos extracelulares em respostas intracelulares (ex.: receptor da acetilcolina). As Proteínas de Reconhecimento funcionam como marcadores, permitindo que o sistema imune distinga as células normais de células cancerígenas e células do próprio de células estranhas (ex.: antígenos de histocompatibilidade MHC). As Proteínas de Transporte conferem permeabilidade a solutos polares específicos e a íons. Algumas funcionam também como receptores que respondem a alterações na permeabilidade dos solutos (ex.: bomba de sódio e potássio, canal de sódio). As Proteínas de Junção permitem a adesão entre células adjacentes ou à matriz extracelular (ex.: integrinas). No caso das junções do hiato, permitem também a comunicação entre o citoplasma das células. As Enzimas catalisam reações específicas de substratos no fluído intra e extracelular (ex.: Acetilcolinesterase). A ancoragem ao Citoesqueleto permite que o citoesqueleto altere a forma da célula e que certas proteínas fiquem restritas a certos locais (ex.: Anquirina).


Os carboidratos ligam-se predominantemente à superfície externa das proteínas membranares e dos lipídios, formando as glicoproteínas e os glicolipídios, respectivamente. A camada resultante de carboidratos na superfície membranar externa constitui o glicocálice, que desempenha importantes funções. Alguns glicolipídios e glicoproteínas têm ácido siálico que confere uma carga negativa à célula, permitindo-lhe repelir substâncias carregadas negativamente; participa na adesão entre células e em reações imunes e algumas funcionam como receptores para ligação de hormonas como é o caso da insulina. A composição relativa de unia membrana celular é cerca de 55% em proteínas, 25 % em fosfolipídios, Yo em colesterol, 4% em outros lipídios e 3% em carboidratos. A membrana celular possibilita diferentes nposições iónicas entre os fluídos intra e extracelular: elevada concentração de sódio e cloreto no fluído extracelular e de potássio e fosfatos no fluído intracelular.


TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR

A concentração de substâncias no meio extracelular e intracelular é diferente. O líquido extracelular possui maiores concentrações de sódio, cálcio, bicarbonato, cloro e glicose, ao passo que o líquido intracelular possui maiores concentrações de potássio, magnésio, fosfato, aminoácidos e proteínas. Essas diferenças de concentrações são explicadas pelos processos de transportes. Os 3 tipos de transportes mais estudados são difusão simples, osmose e transporte ativo, embora existam outros transportes.
A primeira observação relevante é que a bicamada lipídica impede que substâncias hidrossolúveis se movimentem entre os meios intra e extracelular. As proteínas formadoras da membrana plasmática atuam, de diversos modos, auxiliando no transporte de substâncias para o interior celular. Existem proteínas que atuam formando canais e existem outras proteínas outras atuam carregando substâncias. Todas as proteínas possuem sua especificidade e, portanto, são capazes de selecionar quais substâncias devem entrar no meio intracelular.

     
Difusão: o conceito de difusão significa movimento aleatório de moléculas. A energia proveniente para a realizar a difusão é a própria energia cinética normal das moléculas. O movimento das moléculas ocorre do meio mais concentrado para o meio menos concentrado (portanto observar a relação solvente/soluto em cada compartimento). É um processo no qual não há gasto de energia. As propriedades das moléculas alteram a velocidade de difusão, por exemplo, quanto maior a molécula e mais viscoso o meio, menor será a velocidade de difusão A difusão através da membrana é dividida em 2 substipos, simples e facilitada
        
Difusão simples: pode ocorrer por espaços na bicamada lipídica - no caso de substâncias lipossolúveis atravessarem - ou por proteínas, as quais formam canais aquosos por toda a extensão da membrana. A difusão simples de substâncias lipossolúveis é diretamente proporcional a lipossolubilidade da substância, por exemplo: o gás carbônico é um gás cerca de 20 vezes mais lipossolúvel que o oxigênio, logo atravessa a membrama plasmática por difusão simples mais facilmente do que o oxigênio. As vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) são absorvidas no epitélio intestinal por difusão simples, tamanha a sua lipossolubilidade. A água, por sua vez, penetra rapidamente no meio intracelular através das proteínas de membranas. 


Atuação das proteínas na difusão simples: as proteínas que atravessam a membrana literalmente formam canais, os quais possuem características seletivas: podem ser permeáveis seletivamente a certas substâncias e podem possuir comportas, que regulam a abertura e o fechamento dos canais. A seletividade de um canal formado por uma proteína ocorre através do seu formato, diâmetro e natureza elétrica que ele possui. Em relação as comportas, suas aberturas (ou mudanças de formato para permitir a passagem de substâncias) são controladas através de variações na voltagem elétrica da membrana celular ou por controle químico (algumas substâncias químicas se ligam com a proteína formadora do canal, o que permite a alteração do formato do canal). A nomenclatura dos canais é dada em relação a sua dependência para abrir: voltagem-dependente e ligante-dependente. Os canais mais famosos existentes são os sódio e potássio e serão abordados no tópico "potenciais de ação".

  
Difusão faciiltada: compreende um processo mediado por uma proteína transportadora (carreadora ou carregadora). A difusão facilitada é um processo geralmente mais lento que a difusão simples pois depende da quantidade proteínas transportadoras e da velocidade de transporte de cada proteína, ao passo que a difusão simples possui sua velocidade associada sobretudo a quantidade disponível de substância capaz de se difundir (embora existam fatores como viscodidade do meio, tamanho das moléculas, entre outros). O mecanismo é desencadeado pela ligação da substância em um sítio específico da proteína carreadora, o que provoca sua alteração conformacional e, consequentemente, o transporte de tal substância para o interior celular.

Difusão facilitada de uma substância. Processo sem gasto de energia e ocorre com auxílio de uma proteína carreadora. Figura retirada do livro Guyton and Hall, Textbook of Medical Physiologia, v11., Elsevier. (Em português, Tratado de Fisiologia Médica, Guyton and Hall, 11º edição, editora Elsevier).

    Osmose: a água é, sem dúvida nenhuma, a substância que mais se difunde através da membrana celular. A osmose é o deslocamente efetivo de água (ou seja, deslocamento de solvente) na célula e tal processo ocorre por diferença de concentração e sem gasto energético. A osmose compreende um caso de difusão, e o deslocamente de água ocorre do meio menos concentrado para o meio mais concentrado, ou seja, em direção a diluir algo que esteja muito concentrado. Para que a osmose aconteça, é necessário, portanto, um líquido circulante, uma membrana impermeável ao soluto e permeável ao solvente. É válido lembrar que a osmose é influenciada diretamente pelo número de partículas do soluto (não importando qual a massa das partículas) e que possui diversos usos práticos, como a aplicação de soluções intravenosas (devem ser isotônicas) e anastomoses entre capilares e vênulas. 

    Osmose: ocorre o movimento da água da direto para a esquerda, no intuito de diluir o soluto, portanto deslocamente de solvente do meio menos concentrado para o meio mais concentrado. Figura retirada do livro Guyton and Hall, Textbook of Medical Physiologia, v11., Elsevier. (Em português, Tratado de Fisiologia Médica, Guyton and Hall, 11º edição, editora Elsevier).
  Transporte ativo: o transporte ativo é um processo utilizado quando um soluto precisa ir contra o seu gradiente de concentração, ou seja, quando tal soluto não consegue, por difusão, se deslocar para um lado menos concentrado. Nesse contexto, alguma fonte de energia deve estar presente a fim de promover esse deslocamente em direção ao lado menos concentrado. Assim, o transporte ativo é um processo presente quando há necessidade de transporte alguma substância contra o seu gradiente de concentração, ou seja, contra o lado que possui menos concentrado. O transporte ativo é dividido em 2 subtipos: transporte ativo primário e transporte ativo secundário, e independente do subtipo, ambos necessitam de uma proteína carreadora para acontecer.
  Transporte ativo primário: a bomba de sódio e potássio (Na+ K+ ATPase) é, notadamente, o exemplo mais significativo de transporte ativo primário. A finalidade da bomba de sódio e potássio é transportar íons sódio para fora e íons potássio para dentro da célula, ou seja, contra os respectivos gradientes de concentração, uma vez que, conforme citado no início desse tópico, o sódio é muito mais concentrado no meio extracelular e o potássio muito mais concentrado no meio intracelular. Além disso, essa bomba também é responsável pela manutenção da voltagem elétrica no interior celular, além de ser a base fisiológica para transmissão do impulso nervoso. O funcionamento global dessa bomba compreende:
             1 - Ligação na parte externa da membrana de 2 íons K+ e, na parte interna, de 3 íons Na+ na parte interna da membrana;
             2 - A molécula de ATP é clivada (em decorrência da ligação dos íons Na+ e K+) e tal quebra forma ADP e Fosfato inorgânico (Pi). A clivagem do ATP também libera energia;
             3 - A energia liberada provoca a alteração conformacional da proteína (formada pelas subunidades alfa e beta), provocando o transporte de Na+ para o meio extracelular e K+ para o meio intracelular.

Bomba de Sódio e Potássio. Notar a presença de uma proteína, formada pela subunidades alfa - maior - e beta - menor -, para funcionamento da bomba. Figura retirada do livro Guyton and Hall, Textbook of Medical Physiologia, v11., Elsevier. (Em português, Tratado de Fisiologia Médica, Guyton and Hall, 11º edição, editora Elsevier).
              
A bomba de sódio e potássio é capaz de controlar o volume celular, visto que, sem ela, a maioria das células do corpo aumentariam de volume até estourar. A explicação disso é simples: como o meio intracelular possui organelas e proteínas negativas, as quais atraem íons Na+ e K+. Toda essa quantidade de substância provoca uma pressão osmótica muito grande, o que estouraria a célula. Assim, a bomba de sódio e potássio atua para regular essa osmose, colocando 3 íons Na+ para fora e 2 íons K+ para dentro. Ademais, a permeabilidade da membrana celular é muito maior ao potássio do que ao sódio, o que significa que, quando o sódio entra no meio intracelular, dificilmente ele sairá por conta própria. Desse modo, sua presença acaba atraindo água pelo processo da osmose. Também é válido lembrar que a bomba de sódio e potássio é dita eletrogênica, uma vez que bombeia mais íons de sódio para fora do que íons de potássio para dentro, o que torna o lado externo da membrana mais positivo e o interno menos positivo.
              Existem outras bombas, como a cálcio (muito utilizada no mecanismo de contração muscular) e a bomba de hidrogênio (importante na secreção gástrica e nos túbulos renais).
  Transporte ativo secundário: o sódio, ao ser transportado para fora da célula, geralmente acumula no lado externo da membrana. Entretanto, ele ainda tende a se difunder em direção ao interior celular. A alta concentração de sódios tentando difundir-se para o interior cria um gradiente de energia, ou seja, um reservatório de energia capaz de realizar difusão. Sob condições apropriadas essa energia de difusão, pode empurrar outras substâncias com o próprio sódio para o interior celular. Esse processo é denominado transporte ativo secundário. É válido lembrar que o transporte ativo secundário é um mecanismo de ação, como todo transporte ativo, que atua contra o gradiente de concentração.



Transporte ativo secundário. O sódio produz um reservatório energético visto que o excesso desse íon, do lado de fora da membrana, está sempre tentando difundir-se para o interior celular. A outra substância entra de "carona" no processo. Figura retirada do site http://www.colorado.edu/intphys/Class/IPHY3430-200/image/05-18.jpg
             

Para que tal mecanismo funcione, é necessária uma proteína carreadora com locais de ligação para o sódio e para a outra substância a ser carregada. Assim que ambas se ligam a proteína, essa muda sua conformação estrutural e permite o transporte do sódio e da outra substância. Depende de qual lado da membrana está a referida outra substância, o transporte ativo secundário recebe uma nomenclatura diferente. Observe a figura a seguir:

Tipos de transporte ativo secundário. O cotransporte ou simporte corresponde a entrada de sódio e outra substância. Já o contratransporte ou antiporte corresponde a entra de sódio e saída de outra substância, ou seja, em direções opostas. 

            A glicose e muitos aminoácidos são transportados para o interior celular contra o gradiente de concentração e o cotransporte é o processo utilizado. O soro caseiro, por exemplo, é uma aplicação prática do cotransporte sódio-glicose, uma vez que, sem o sódio, a glicose não seria absorvida pelas células do trato gastrointestinal. Além disso, o transporte ativo secundário é extremamente importante nos túbulos renais. Outros cotransportes e contratransportes serão estudados em tópicos nos quais é necessário detalhar suas pecualiaridades.


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 Fontes de pesquisa:

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Pág. 45-55.  COELHO, T. H.; MOREIRA, A. L. Fisiologia das membranas celulares. Porto, Serviço de Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 2001.